Destaques..




 
 
 
 
 
Uma História de Amor e Fúria” é um filme de animação que retrata o amor entre um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Como pano de fundo do romance, o longa de Luiz Bolognesi ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água. Destinado ao público jovem e adulto com traço e linguagem de HQ, o filme traz Selton Mello e Camila Pitanga dublando os protagonistas. O longa conta ainda com a participação de Rodrigo Santoro, na pele do chefe indígena e de um guerrilheiro.
 
 
 
 
Show de Marcio Melo
Festa de Yemanjá

O registro ocorre onde há 15 anos Márcio anima sua galera e rende homenagens à Rainha do Mar, próximo à praia da Paciência, no Rio Vermelho, em Salvador, a partir das 18h. “É muito bom observar como o nosso show já está incorporado à cultura da festa e virou até ponto de encontro da galera. Vale a pena esse registro!”, conta um Márcio Mello empolgado.
Recentemente em turnê pela Europa (Holanda, Espanha e Portugal), o cantor também gravou passagens para o novo DVD. No show da próxima terça, acompanhado pelos músicos Baé (baixo) e Perrone (bateria), Márcio (voz e guitarra) vai interpretar músicas do último CD, Solitário Punk. Entre as canções do disco, Mulher de 23 (gravada com Chorão) e Esnoba (banda Moinho). Outros hits compõem o set list, entre eles Toneladas de amor, Cocorocó, Amor destrambelhado, Me deixa em paz e Nobre vagabundo.

Durante esses 15 anos em que promove shows no Rio Vermelho, Márcio já cantou com Falcão, Charlie Brown e Adão Negro, mas acredita que a grande surpresa está no público, na espontaneidade. “Para este registro, ainda não existe nenhuma participação programada. Tudo pode acontecer... Mas adianto que a grande surpresa está no público, na galera que frequenta o meu show e me acompanha durante todo este tempo. É uma festa bonita com uma galera massa”, destaca.

Texto - Fonte: www.portalvilas.com.br/
Vídeo - Fonte: Acervo pessoal


O Black Semba de MAGARY LORD


Magary, percussionista de profissão, a qual, o levou ao contato com vários ritmos e, por fim, a se apaixonar pelo Semba, cujo significado é umbigada, ritmo originário de Angola com presença marcante na cultura daquele país e que mais tarde deu origem ao Samba no Brasil.

Movido por este encantamento, deixando aflorar o seu lado cantor e compositor, ele iniciou uma pesquisa musical. A sua dedicação o levou a produzir um trabalho de laboratório onde misturou o Semba a “Black Music”: rock, reggae, funk, soul, e ritmos tradicionais do recôncavo baiano como o Samba de Roda e o Samba de Bordão, além das releituras de grandes sucessos da MPB


Magary Lord & Saulo Fernandes
Hoje pode-se afirmar sem reservas que Magary Lord é a grande "novidade" do verão Baiano e com certeza veio pra ficar e conquistar o público e a crítica com sua originalidade e performance criativa e dançante. A mistura de ritmos da black music com o semba de Angola já está sendo apontada como a grande tendência do verão 2012, e o carnaval será embalado já por duas músicas de Magary: “Circulou”, lançada pela Banda EVA, e “Joelho”, na versão de Larissa Luz do Ara Ketu, além de outras composições, como "Pessoal Particular" gravada por ninguém menos que o cantor Seu Jorge.
  


Grupo Musical - Os Tincoãs



É sabido por todos que a Bahia é o mais negro estado brasileiro. Nossas raízes culturais se confundem de tal forma como nossos antepassados africanos que podemos inclusive dizer sem receio que praticamente inexiste uma tradição cultural branca na Bahia.


Erival, Heraldo e Mateus Aleluia
Geograficamente um dos maiores redutos de negros na Bahia concentrou-se na região do recôncavo, tendo a cidade de Cachoeira, às margens do Rio Paraguaçu, como maior referência. Quem a conhece pode observar tradições centenárias como a procissão da Boa Morte, misturada a rituais católicos, bem como apreciar uma boa apresentação de samba de roda com os artistas locais. A riqueza cultural dessa região trouxe muitos frutos para a cultura brasileira, como os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, Raimundo Sodré, Roberto Mendes - todos de Santo Amaro da Purificação - e o trio vocal Os Tincoãs de Cachoeira, que conquistou o Brasil com a beleza e harmonia de suas vozes, bem como a excelência de seu repertório.
Formado inicialmente por Erivaldo, Heraldo e Dadinho, todos de Cachoeira, os Tincoãs - cujo nome é originário de uma ave que habita o cerrado brasileiro - iniciou sua carreira em 1960 no programa da TV Itapoã "Escada para o Sucesso", interpretando canções, em sua maioria boleros, inspirados no sucesso do Trio Irakitan. Chegaram inclusive a gravar um disco intitulado "Meu último bolero", sem alcançar o êxito esperado. Em 1963 Erivaldo desligou-se do grupo e a este foi incorporado outro componente, Mateus, que com os demais formaria a base principal do conjunto. Renovaram o repertório e partiram para adaptar os cantos de candomblé, sambas de roda e cantos sacros católicos. Mas foram os terreiros de Candomblé que deram a base principal da musicalidade dos Tincoãs.


Ouça a música dos Tincoãs na sessão - O som que curto..



Filme Japonês - Dolls (2002)

Dolls é um filme de 2002 que foi escrito, editado e dirigido por Takeshi Kitano. Tripartido, o filme apresenta três conjuntos de personagens. O filme se foca nas imagens, apresentando poucas falas.


Se há filmes aos quais se pode apontar o dedo e dizer sem preconceitos que se trata de “Arte” – assim, com um A bem nutrido –, «Dolls» pode certamente ser um dos acusados. Pelo menos é um tipo de “arte” mais fascinante do que aquele que resulta de modos de filmar e de contar histórias que recorrem a estruturas narrativas “anti-comerciais”, que o são mais pelo desprezo desse rótulo e do mercado, do que propriamente por existir uma história que pede para ser contada, um processo criativo assente no talento de cineastas ou na qualidade de um texto. «Dolls» é um filme que funciona a um nível mais emocional do que intelectual – não há puzzles ou nós para desatar –, requerendo apenas que nos recostemos e o vejamos de olhos bem abertos.


A fotografia é deslumbrante e dizê-lo assim, sem mais, parece demasiado fácil. Mas qualquer elaboração, neste momento, soa-me a redundante. As imagens captadas pelo colaborador regular de Kitano, Yanagijima Katsumi, acompanham as várias estações do ano no Japão e as cores primárias parecem querer sair do ecrã, em particular as cores da natureza e dos vistosos trajes do estilista Yamamoto Yohji, à medida que acompanhamos o vaguear de Sawako e Matsumoto.


Os momentos introdutórios deixam-nos a pairar, mas a partir do momento em que se fecha o ciclo da primeira história – que não acaba, apenas se clarifica – ficamos completamente presos ao evoluir desta e das outras relações.








VOLTAIRE FRAGA - Fotógrafo Baiano

Rampa do Mercado Modelo com barcos, 1952
Baiana vendendo quitutes - 1960
Ele foi mais um injustiçado pelas 'panelinhas culturais' mas isso não impediu seu olhar livre de ajudar a construir o passado.

Mostra com produção do artista baiano Voltaire Fraga é um grande resgate visual. "Abundante Cidade Dessemelhante Bahia' faz parte das comemorações do dia da Consciência Negra. Voltaire é um dos melhores profissionais, mas é praticamente um ilustre desconhecido por muitos. O fotógrafo nasceu em  Salvador em 1912 e faleceu em 2006, iniciou sua carreira nos anos 1930. Em seu trabalho havia uma busca constante pelas imagens humanista o que ressalta o cotidiano de pessoas e da cidade.

Rua Chile à noite - 1940
Para quem conhece a fotografia produzida na Bahia, o nome de Voltaire Fraga soa como referência.

Biografia

Em 1927 adquire sua primeira máquina fotográfica e constrói seu próprio laboratório. Nos anos trinta, ainda como fotógrafo amador, começa a documentar a cidade de Salvador. É a partir de 1939 que se inicia profissionalmente trabalhando como fotógrafo externo para a prefeitura e para organismos governamentais. Fotografa também para empresas e eventos sociais. Como projeto pessoal continua fotografando a cidade até 1977, constituindo um arquivo sobre Salvador. Parte de seu arquivo é destruído por uma enchente, conservando-se cerca de 2.000 negativos.

 
Mostras individuais

1999 – Voltaire Fraga, Galeria Pierre Verger, Salvador
2008 – Voltaire Fraga: abundante cidade, dessemelhante Bahia. Pinacoteca do Estado, São Paulo (retrospectiva)

Publicações

- Voltaire Fraga: abundante cidade, dessemelhante Bahia. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008 



MESTRE DIDI - Escritor, Escultor e Sacerdote


 “A África não era uma página em branco antes da invasão colonial; Havia produzido conhecimentos e técnicas, além de obras de grande valor nos campos da arquitetura, escultura , música ,dança, poesia e literatura oral.” - Mestre Didi -

Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador BA 1917). Escultor e escritor. Executa objetos rituais desde a infância; aprende a manipular materiais, formas e objetos com os mais antigos do culto orixá Obaluaiyê. Entre 1946 e 1989, publica livros sobre a cultura afro-brasileira, alguns com ilustrações de Caribé. Em 1966, viaja para a África Ocidental e realiza pesquisas comparativas entre Brasil e África, contratado pela Unesco. Nas décadas de 60 a 90, participa como membro de institutos de estudos africanos e afro-brasileiros e como conselheiro em congressos com a mesma temática, no Brasil e no exterior. Em 1980, funda e preside a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun, em Salvador. É coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura. 
Descendente da nobreza africana, filho também único da mãe-de-santo Maria Bibiana do Espírito Santo, conhecida como Mãe Senhora .Além disso, Deoscoredes Maximiliano dos Santos (leia-se seu nome completo),era o mais antigo descendente no Brasil do reino africano no Ketu, atualmente ocupado pela Nigéria e Benin. Em Salvador ,ele fundou e preside o Ilê Asipá, sociedade de culto aos ancestrais. Como escritor ,escreveu vários livros, destacando-se “Ancestralidade Africana no Brasil”. À propósito,ele foi um dos principais premiados da Bienal da Bahia que, pela variedade de suportes, foi criado um módulo e uma nova tendência: Artes Decorativas a fim de premiá-lo fora das tendências pintura, gravura, desenho, escultura e objetos. Sua companheira de quase 45 anos, a antropóloga argentina Juana Elbein dos Santos, realiza um trabalho constante na elaboração teórica. 
Escultura no MAM
A seguir, transcrevemos texto dela, que corresponde a uma síntese de sua análise crítica, elaborada especialmente quando da XXIII Bienal Internacional de São Paulo,da qual participou com Sala Especial, recheada de símbolos e signos que muito tem com sua terra de origem e o sincretismo das religiões brasileiras: “Mestre Didi é um sacerdote-artista. Integrado medularmente ao universo Nagô africano brasileiro que mamou dos peitos das mães africanas, cresceu e aprofundou, através de sucessivas iniciações, nos mistérios transcendentes da vida e da morte, nos segredos das identificações com os espíritos ancestrais - os egun - e comas entidades sagradas - os orixás”. 

Aos 90 anos, Mestre Didi vive em Salvador, e não costuma dar entrevistas, por motivos religiosos, tem medo que suas palavras sejam deturpadas.