O que Penso..




Abertas inscrições para o “Curso de Interação dos Saberes sobre História e Cultura Africana Afrobrasileira” – BA


O Curso de Interação vem com o objetivo de trazer subsídiospara alargar o conhecimento da história e das culturas africanas e afrobrasileiras, assim como línguas, direitos e deveres, qualidade de vida e cuidados com a saúde das comunidades de terreiros.

A Coordenação do Curso de Interação dos Saberes Sobre História e Cultura Africana e Afrobrasileira informa a inscrição de nova turma para segundo módulo do curso.

Data: Todas as quintas- feiras de 17 de maio à01 de novembro

Horário: Das 14 às 18 horas
Local: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
Valor da inscrição: R$ 50,00

As reservas já podem ser feitas, através do email, informando os
dados constantes na ficha de inscrição no folder anexo.

Aguardamos sua participação!




Atenciosamente,

Secretaria do Curso Interação dos Saberes sobre História e Culturas Africanas e Afrobrasileiras.


Fernanda Cardoso

(71) 9902-0827
Os Conteúdos deste novo módulo estão no folder:
http://xa.yimg.com/kq/groups/19981193/211373714/name/folder+curso.pdf





Consciência cidadã
- Movimento Nossa Salvador -


Incentivar a população de Salvador no que diz respeito a uma mudança positiva de comportamento em relação à cidade. Este é o principal objetivo da primeira campanha publicitária do movimento Nossa Salvador


cartaz_voce_reclama_1a_campanhaA campanha aborda hábitos da população que prejudicam a cidade de alguma forma, em nível de desenvolvimento, ambiental e ético. Uma das mensagens faz a seguinte observação: "Você reclama do lixo. Mas joga papel na rua". Outra observa: "Você reclama do trânsito, mas para em fila dupla". Já uma terceira, destaca: "Você reclama da corrupção, mas frauda carteira de estudante".


O movimento Nossa Salvador foi lançado em março deste ano. A organização, que já integra a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, teve seu pontapé inicial com a divulgação de 55 indicadores sociais em áreas como educação, saúde, segurança e meio ambiente.


O objetivo do Movimento é que a atenção colocada sobre as indicadores sociais, uma vez amplamente divulgadas, potencializem o interesse de todos, com abertura para acatar opiniões e métodos que favoreçam o encontro de soluções.


O Nossa Salvador atua fomentando uma atitude cidadã com três frentes de trabalho: programa de indicadores sociais, acompanhamento da gestão pública e educação para a cidadania.


A partir destas frentes, os membros do grupo elegeram, inicialmente, uma série de eixos temáticos prioritários: educação, saúde, segurança pública, saneamento, meio ambiente, planejamento e mobilidade urbana, equidade de gênero e raça, juventude, trabalho e renda.


Movimentos parecidos já existem em outras cidades do país e na América Latina, tais como:


Movimento Bogotá Como Vamos (www.bogotacomovamos.org), Rede Nossa São Paulo (www.nossasaopaulo.org.br), Rio Como Vamos (www.riocomovamos.org.br), Nossa BH (www.nossabh.org.br), Observatório Social de São Luiz (www.nossasaoluis.org.br), Observatório do Recife (www.observatoriodorecife.org.br), dentre outros. Todos eles e o Nossa Salvador estão incorporados à Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis (www.rededecidades.ning.com), à Red Latinoamericana de Ciudades Justas y Sustentables (http://redciudades.net) e à Plataforma de Cidades Sustentáveis (www.cidadessustentaveis.org.br).


Bandido de ‘corpo fechado’ organiza facção no interior da Bahia e desafia polícia

Desde junho de 2010, Júnior passou a consolidar o grupo criminoso que comanda o tráfico de drogas no município, além de distribuir para cidades vizinhas

20.09.2011 | Atualizado em 20.09.2011 - 08:12

Jorge Gauthier | Redação CORREIO

Edmilson Bispo dos Santos Júnior, o Júnior, 27 anos, sempre foi um exímio pintor de paredes. Mas ele queria mais. Enquanto ganhava experiência na construção civil como ajudante de pedreiro, tornou-se hábil em assaltar pontos comerciais de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia. Ainda era pouco.


Com o símbolo do Primeiro Comando do Interior em vários muros de Cachoeira, Júnior mostra força no crime

Fechado

Enquanto a polícia tenta capturá-lo, a população de Cachoeira propaga que Júnior, que é filho de Oxóssi, fechou o corpo em três terreiros de candomblé em Cachoeira, São Félix e Conceição da Feira. Dizem que até o delegado foi alvo de “trabalhos” do traficante. “Ele matou um boi e ofereceu aos orixás na intenção do delegado”, contou um morador da Rua da Feira, próxima da delegacia.

O delegado Laurindo Neto, entretanto,  prefere não entrar no embate religioso. “Confio em Deus e ponto. Estamos fazendo um trabalho árduo para prender Júnior e seus comparsas. Já prendemos Neguinho, que seria o segundo do escalão da facção”, diz.

Em vários muros de Cachoeira, Júnior mandou pintar - com o verde do seu orixá - as iniciais PCI acompanhadas de um revólver 38, símbolo da organização criminosa. Boa parte dos escritos já foi apagada pela prefeitura.

Ver materia completa..

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OPINIÃO


A matéria veiculada no dia 21/09/2011 pelo jornal Correio, destaca a caçada de um delegado protestante a um traficante que se diz “de corpo fechado” (pratica esta associada às religiões de matrizes africanas). O que me causa preocupação com os destaques e citações da matéria, é a falta do trabalho jornalístico: manter contato com representantes legítimos das duas religiões para darem suas opiniões sobre os fatos. 

Em nenhum momento desejo censurar e nem de longe arranhar o legítimo direito da imprensa em fazer o seu papel, porem matérias como esta, publicadas sem os cuidados necessários com relação a assuntos tão delicados e objetos de bandeiras de ideais tão peculiares à nossa sociedade baiana, podem nos levar a um retomada de um período de de repressão, desta vez protagonizada por instituições protestantes a todas as religiosidades interpretadas por eles como sendo ilegítimas e até mesmo diabólicas. 
Mesmo colocando dentro da nota informativa sobre a biografia do delegado uma ressalva que não se trata de um embate religioso, não é o que parece quando os destaques são dados aos segmentos religiosos dos respectivos envolvidos: o traficante (candomblecista) e o delegado (protestante), o que propõe vários desdobramentos relacionados a questões sociais e econômicas, sem tocar nas questões de preconceito racial, muito bem dimensionadas nas fotos destacando quem representa “o lado do bem” e quem representa “o lado do mal”. O fato desenhado pelo jornal, ocorrido em Cachoeira, que é uma cidade singular em relação aos cultos religiosos afro-brasileiros, aponta realmente para um embate de cunho religioso carregado por todos os preconceitos seculares da nossa sociedade.
Não podemos permitir que Jornais de penetração tão destacada na nossa sociedade mantenham essas linhas editoriais que estimulam a população para uma determinado raciocínio, em vez de estimular a reflexão e ressaltar acima de tudo o respeito - item importante na construção de uma sociedade democratica - cada vez mais equecido nos dias de hoje.

 

Sandro Augusto S. Santos

As sobrevidas do Estatuto da Igualdade Racial
Por Maurício Pestana

Pouco lembrado, o Estatuto da Igualdade Racial completou um ano de existência. Matéria das mais polêmicas, o texto tramitou pelo Congresso por uma década, sobreviveu a dois governos, provocou amplos debates na Câmara, Senado e sociedade brasileira, afi nal, era o primeiro documento pós-Lei Áurea tratando diretamente de direitos e reparação para descendentes dos escravizados que, durante 380 anos, deram suas vidas na construção das riquezas dessa nação.
Nesse tempo, o estatuto teve três sobrevidas: a primeira quando setores conservadores do Congresso, comungados com áreas ruralistas que temiam pela regulamentação de terras quilombolas, obtiveram apoio de setores midiáticos tementes dos avanços que as cotas poderiam trazer para negros, sobretudo, na televisão e publicidade. Como previa o texto original, se aliaram também a setores da educação que, por sua vez, temiam perda de espaço para negros no mundo acadêmico, até prejuízos fi nanceiros, pois, a realidade mostra que o negro é parcela expressiva dos estudantes de universidades privadas no país. Nesse contexto, cotas em universidades públicas, poderiam também causar algum prejuízo para essa área da educação. Diante da ameaça, a união maléfi ca desses setores foi estratégica e quase abortou o projeto no período que ele tramitava na Câmara, a ponto do autor, o senador Paulo Paim declarar em entrevista exclusiva à RAÇA BRASIL: "As elites deste país não querem a ascensão da comunidade negra brasileira, por isso, estão unidas contra o estatuto da igualdade racial."
A segunda agoniação do estatuto aconteceu às vésperas de sua aprovação, pois, se não bastasse intensa pressão dessas elites, o não consenso entre os diversos movimentos negros à cerca das mudanças realizadas no texto original quase culminou com o fi m do estatuto.

"TEM LEI QUE PEGA E TEM LEI QUE NÃO PEGA... É COMO SE AQUELES QUE NÃO O MATARAM ANTES DO SEU NASCIMENTO TENTASSEM FAZÊ‑ LO AGORA COM O SILÊNCIO, A INVISIBILIDADE E O DESCRÉDITO..."

Hoje, independentemente das modifi cações negociadas para que pudesse ser aprovado, o estatuto sobrevive e passa pelo terceiro e mais difícil teste, que é a implementação de todas as diretrizes nele apontado. Muitas dependem da regulamentação no Congresso que tanto o rejeitou. Passa também pela mais difícil prova em que uma lei é submetida no país, o famoso "tem lei que pega e tem lei que não pega" e, nesse quesito, tem recebido seus mais fortes golpes, que são o silêncio e o descrédito. É só comparar o alarde realizado nos festejos do primeiro ano de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente e no silêncio e na invisibilidade no qual o Estatuto da Igualdade Racial recebeu em seu primeiro aniversário. É como se aqueles que não o mataram antes do seu nascimento tentassem fazê-lo agora com o silêncio, a invisibilidade e o descrédito.
Cabe à sociedade civil uma ampla aliança com setores progressistas do Congresso e os operadores de Direito no Brasil para que os avanços descritos na lei se tornem realidade num país onde os índices de desigualdade entre negros e brancos são dos mais alarmantes do planeta em áreas como saúde, (onde a expectativa de vida de negro é menor que a de um branco), educação (onde não alcançamos nem 20% dos bancos escolares nas universidades), emprego (onde recebemos, em média, a metade do salário de um trabalhador branco), segurança pública (onde, para cada quatro mortes de jovens, três são de negros). A efetivação de algumas normas estabelecidas no Estatuto da Igualdade Racial será uma ferramenta fundamental e indispensável para o enfrentamento desses e de outros graves problemas que os afrodescedentes ainda sofrem, 123 anos após a pseuda libertação dos escravos.

Fonte: Revista RaçaBrasil